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O bus da meia noite!!!! A noite dos horrores.

Minha vida nada fácil....
Bem depois de passar uma semana viajando,aproveitando .
Conhecendo lugares e pessoas.
Experimentando comidinhas e frutas diferentes.
Esqueci de comprar a minha passagem de volta.
Afinal não sabia ao certo se realmente voltaria em determinada data.
Coisas que não aprendo.
Deixei para a última hora.
Só que havia um pequeno detalhe!!!
Era véspera de feriado.
Praticamente todos os vôos lotados e os que não estavam,eram simplesmente com um preço surreal.
Então me sobrou o bus....
Pensei.
Vou pegar o da meia noite e venho dormindo e descansando.
Doce ilusão a minha!!!
Entrei no bus,e já dei de cara com uma meninada de doze ou treze anos nos bancos da frente com um joguinho bem barulhento.
Até ai tudo bem.
 Afinal o bus ainda não havia saído e minha esperança era que eles parariam de jogar e fossem dormir.
Achei minha poltrona.
Puxei meu kindle e comecei a ler!
Estava bem desligada do que se passava ao meu redor.
Até que entra um bando de gente e começa a fazer a maior confusão com os assentos.
Demorei um pouco para entender aquela algazarra.
Eles mudavam de lugar.
Uma senhora baiana ,falava em um tom bem mais elevado do que os outros.
Atrás dela vinha um senhor que depois de um tempo descobri que o nome dele era José.
Também não havia como não saber!!!
Ela gritava o nome dele trocentas vezes.
E adivinhem onde eles sentaram?
Depois daquela dança das poltronas?!!
Na minha frente.
O senhor que estava do meu lado.
Arregalou os olhos,e me olhou,com uma cara de Deus meu!!!
Enquanto isso a família inteira se despedia desse casal.
Sim a família em peso entrou no bus.
E um por um foram se despedindo.
Benção mainha!
Estava achando aquilo tão bonitinho.
Até que não parava mais.
Meu deus !
Quantos filhos tem esse casal?!
Sei da fama dos baianos ,mas esse seu Zé !!
O cara era bom mesmo.
O som do joguinho dos meninos foi abafado nesse meio tempo pela família baiana.
Enquanto isso lá atrás tinha uma galera de adolescente que não paravam de rir cantar .
Já comecei a cogitar a possibilidade de ter errado em não pagar aquela pequena fortuna pelo meu sossego.
Tudo parecia calmo.
O bus saiu.
Do nada a senhora baiana deu um grito!
- Quem foi o babaca que colocou o controle remoto da parabólica na minha bolsa?
Na maior calma o Zé responde.
- Fui eu mainha,achei que era o seu celular!
O bus é invadido por uma onda de risadas.
Fomos tomados de novo por um silêncio velado.
Que não durou nem um minuto.
Afinal de contas a senhora baiana deduziu o lógico.
-Se é o controle que está aqui! Cadê o meu celular?
E com aqueles argumentos vieram outros .
-Zé você tem que usar seus óculos!
 -Como vai ser quando chegarmos ao Rio!
- Como vamos avisar ao André que chegamos.
Nessas alturas eu já estava até com pena do Zé!
O senhor do meu lado não parava de rir.
O silêncio voltou a reinar .
Pensei vou conseguir cochilar.
Mas como desejo de pobre dura pouco.
Um homem lá da frente começa a gritar.
Se levanta,se debate e uma onda começa a se formar no bus.
Adivinhem !!???
Era uma barata.
Meu deus!
Se arrependimento matasse ,eu já estaria morta e enterrada.
Essa foi a pior economia que eu poderia ter feio.
Tenho horror a baratas.
O pânico me tomou por inteira.
O bus todo apagado ,para onde poderia ter ido aquela barata?
Só faltava parar em mim.
Recolhi minhas pernas,fiquei quase em posição fetal.
Me cobri com a minha jaqueta e tentei dormir.
Quem disse que eu conseguia?!
Já estava bêbada de sono,cheia de dores pelo corpo.
O que eu havia economizado ali ,teria que gastar em analgésicos e massagens.
Enfim uma parada no Grau.
Fui direto no banheiro.
Isso já eram três da manhã e nada do sono!
Peguei o meu celular e vi que Caio estava on.
Comecei a falar com ele.
E ele só dizia relaxa mãe.
Resolvi fazer o que Caio havia me dito.
Enfim o bus saiu,todos já haviam retornado.
Até pessoas que nem eram daquele bus.
Sim acontece!
Consegui enfim relaxar!
Porém não durou nem uma hora.
Fui acordada com gritos e luzes acendendo!!
Um barulho que parecia ser água ,nem sei bem, porque estava bem sonada.
Quando dei por mim.
Vi uma cena chocante.
O Zé estava vomitando que nem o aliem em jatos verdes fluorecentes.
Era jato para tudo que era lado frente ,lado e por fim atrás.
Não!!!!
Foi um verdadeiro horror!!!
Tentei ajudar,procurando o remédio que minha cunhada me deu para enjôo .
Quando uma voz ,me interrompeu.
- Não adianta dar esse comprimido agora! Ele teria que ter tomado antes.
Falou o senhor que estava do meu lado.
Balancei a cabeça concordando.
Voltei a minha posição fetal.
Afinal o bus estava todo inundado pelo vômito do seu Zé.
Fora o cheiro que permanecia no local.
Porque o bus não abria as janelas.
Aquilo para mim foi a cartada final.
Então se não pode com eles ,junte-se a eles.
Fui acordada de novo por um despertador de algum celular...
Quando dei por mim estava atravessando a ponte Rio - Niterói.
Me espreguicei e percebi que não sentia absolutamente nada!!!
Nem pernas, nem braços,tudo dormente.
Não via a hora de chegar na rodoviária e saltar dali.
Quando fui me levantar meio que escorreguei,ai lembrei que o chão estava gosmento e escorregadio.
Fui bem devagar afinal só faltava levar um tombo e cair no vômito do seu Zé!
Ah!!
E falando nele,pude perceber que quando passei ao lado da poltrona o seu Zé estava dormindo como uma criança.
Bem como sempre tiro algo de bom desse tipo de situação.
Aprendi que não se deixa para depois o que se pode resolver antes.
Exemplo ,comprar passagem antecipada.
Que o barato sai caro.







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